O Benfica passou com distinção o teste de ontem. Num bom espectáculo, digno da Liga dos Campeões, é de louvar a postura séria e positiva das duas equipas num jogo que tinha vários aspectos importantes, a começar pelo resultado da primeira mão (2-2), que tornava a partida de ontem perigosa, pois ambas as equipas tinham de jogar para ganhar.
No Benfica há a salientar o rigor táctico, mesmo mantendo um ritmo alto, constante, entusiasmante, até pela existência de várias oportunidades de golos.
Ganhou o Benfica porque foi a equipa mais a todos os níveis: mais compacta e organizada a defender; mais dinâmica e com mais qualidade técnica; mais madura e experiente; mais solidária e com mais jogadores capazes de desequilibrar; mais inteligente.
Não fosse ter pecado na finalização durante a primeira parte e tudo teria sido fácil mais cedo.
Conhecendo Co Adriaanse, sabia-se de antemão que entraria na Luz para atacar, o que tornava o jogo especialmente sensível para o Benfica, mas também é verdade que frente a holandeses, de uma maneira geral, basta aguentar a primeira fase da pressão que eles depois dão espaços.
O Twente assumiu o risco, mas nem sequer foi uma equipa muito organizada, o que faz aumentar o risco quando se defronta uma equipa com a qualidade técnica de um Benfica, que ontem começou cauteloso, foi tomando conta do jogo gradualmente, criou lances de perigo desde cedo, apresentando sempre uma atitude sóbria e inteligente. E mesmo quando as coisas pareciam não correr de feição, aparecia Aimar, com o seu jogo pensado e encontrava soluções ofensivas, tornando fácil o que era o difícil.
Depois de fazer o primeiro golo, o Benfica chegou com facilidade aos 3-0. Mas nunca abandonou o rigor táctico
Para marcar, a equipa da Luz socorreu-se por duas vezes de lances de bola parada, aspecto em que é forte, tanto a defender como a atacar. Mas ontem também podia ter marcado mais golos de bola corrida.
O golo inicial soltou a equipa da pressão do medo. É que por muito bem que se esteja a jogar, enquanto não surge o golo o medo está sempre presente, pode sempre acontecer um azar, uma escorregadela...
Depois de se sentir livre, a equipa benfiquista continuou a carregar e chegou ao 3-0 com relativa facilidade, mas mantendo sempre o rigor táctico e a disciplina. Só abrandou um pouco depois do terceiro golo, o que é compreensível, não só porque a eliminatória estava mais do que ganha, como é impossível jogar os 90 minutos com o mesmo ritmo e a mesma intensidade.
Foi por culpa do Benfica que o Twente só conseguiu reagir depois do 3-0, altura em que os desequilibradores Bryan Ruiz e John - dois jogadores com muito boa técnica individual - tiveram um pouco mais de inteligência e rigor.
Fonte: O Jogo
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